Do Jornal do Commercio
O
PT divulgou nesta segunda-feira (30) manifesto, aprovado pelos 27 diretórios
estaduais, em que diz “está sob forte ataque”. O documento foi divulgado
durante reunião da Executiva do partido, em um hotel da zona sul de São Paulo.
A legenda destaca que não é a primeira vez que passa por essa situação e lembra
o caso do sequestro do empresário Abílio Diniz, em dezembro de 1989, quando foi
acusada pelo ato. O texto diz ainda que "nunca como antes, porém, a
ofensiva de agora é uma campanha de cerco e aniquilamento” e que o atual
movimento contra o partido busca criminalizá-lo.
A sigla não cita quem seriam os culpados pelo ataque, mas dirige
as críticas aos “maus perdedores no jogo democrático” que “tentam agora
reverter, sem eleições, o resultado eleitoral”. Segundo a legenda, tentam
“fazer do PT um bode expiatório da corrupção nacional e de dificuldades
passageiras da economia”.
“Condenam-nos não por nossos erros, que certamente ocorrem numa
organização que reúne milhares de filiados. Perseguem-nos pelas nossas
virtudes. Não suportam que o PT, em tão pouco tempo, tenha retirado da miséria
extrema 36 milhões de brasileiros e brasileiras. Que nossos governos tenham
possibilitado o ingresso de milhares de negros e pobres nas universidades.”
No documento, o partido diz ainda que é favorável às
investigações, como a que envolve a Petrobras, e afirma que, caso algum filiado
seja condenado em “virtude de eventuais falcatruas”, será excluído do partido.
O PT ressalta que, durante o seu próximo congresso da agremiação "Caberá à
legenda se reencontrar com o PT dos anos 1980, quando nos constituímos num
partido com vocação democrática e transformação da sociedade”. A ideia, segundo
os membros do PT, é que o congresso faça o partido retomar sua “radicalidade
política, seu caráter plural e não dogmático”.
O manifesto defende que o partido pratique a política cotidiana,
mais presente na vida do povo, “no dia a dia dos trabalhadores”, e que reate
sua ligação com os movimentos sociais, a juventude, os intelectuais e as
organizações sociais. “Todos inicialmente representados em nossas instâncias e
hoje alheios, indiferentes ou até hostis, em virtude de alguns erros políticos
cometidos nessa trajetória de quase 35 anos”.
Ao fim do documento, os membros da Executiva listam uma série de
dez propostas, entre elas, a promoção de debates e mobilizações em torno do PT
e de suas bandeiras históricas; a defesa do legado político-administrativo do
partido e do governo da presidenta Dilma Rousseff; e a articulação de uma
frente de partidos, centrais sindicais e movimentos sociais “unificados em
torno de uma plataforma de mudanças”, e que defendam a reforma política e
tributária, além da democratização da mídia.
Além disso, propõem a orientação da bancada do PT no Congresso
Nacional para votar o imposto sobre grandes fortunas; a busca por novas formas de
financiamento para o Sistema Único da Saúde (SUS); o apoio a uma ampla reforma
educacional; o combate à corrupção; e a luta pela integração política,
econômica e cultural dos povos da América. “O momento não é de pessimismo; é de
reavivar as esperanças”, finaliza o manifesto.
Ariadne Morais
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