Do Jornal do Commercio
O dia 28 de março de 2007, uma quarta-feira,
representou um marco dentro da história do Partido da Frente Liberal (PFL). A
legenda, que já tinha passado por outras mudanças na nomeclatura no passado,
foi rebatizada de Democratas (DEM). O que se buscava era mais do que uma
alteração de nomes, mas sim um fôlego para os anos que viriam a seguir. A
promessa era de que o novo partido mostraria sua força nas eleições municipais
de 2008. A realidade foi diferente, com derrotas nas urnas e a perda de
tradicionais quadros políticos.
Hoje o DEM não chega nem perto da força política e eleitoral
que o PFL já teve um dia. Nomes históricos do partido, como o catarinense Jorge
Bornhausen embarcaram em outras legendas e assim a sigla foi minguando até
chegar ao ponto de não ter nenhum integrante no comando de um Estado.
O deputado federal e presidente estadual do DEM,
Mendonça Filho, afirma que a mudança do nome foi uma “péssima escolha”. Para
ele, no entanto, a legenda hoje vive um bom momento. “Quando você analisa com o
cuidado necessário, você chega à conclusão que nome não que necessatrimante
indica alguma coisa. O partido hoje é muito mais consistente, homogêneo,
integrado e bem posicionado politicamente. O núcleo mais relevante de oposição
(ao governo Dilma Rousseff, do PT) é o liderado pelo DEM”, destaca
A deputada estadual Priscila Krause, um dos
poucos nomes de destaque do DEM no Estado, prefere não se prender ao rebatismo
de 2007. “Esse é um assunto superado, hoje é DEM. Eu sempre achei que a
identidade partidária se mostrava de maneira mais nítida com o adjetivo
liberal, mas é hora de olhar pra frente. O DEM tem se revelado qualitativamente
como um opositor a um governo que perdeu não só a popularidade, mas a
credibilidade e este é um espaço que pode ser bem explorado nos próximos
pleitos”, avalia.
Em Pernambuco, o PFL ocupou a prefeitura do Recife e o
governo do Estado. Sob a roupagem de DEM, o partido fracassou em duas eleições
municipais (2008 e 2012) com Mendonça Filho. Apesar das derrotas nas urnas, ele
não abandonou a legenda e conseguiu se reinventar na política. Hoje é um dos
nomes mais atuantes na oposição ao governo Dilma Rousseff (PT) no Congresso
Nacional. “Soube bem aproveitar esse espaço na oposição”, diz.
Os holofotes que Mendonça têm recebido são
capitalizados pelo DEM e a aposta é que essa fase de exposição possa se
reverter na atração de novos quadros. “Há um espaço enorme para o partido
voltar a crescer”, acredita.
Apesar da confiança de Mendonça, os projetos de poder, ao
menos em Pernambuco, são bem mais modestos do que no passado.
Dificilmente, o DEM terá candidato à prefeitura do Recife em 2016 já que passou
a integrar este ano a base de apoio do prefeito Geraldo Julio.
Ariadne Morais
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