28 de mar. de 2015

Mendonça Filho fala sobre o futuro do DEM





Do Jornal do Commercio



O dia 28 de março de 2007, uma quarta-feira, representou um marco dentro da história do Partido da Frente Liberal (PFL). A legenda, que já tinha passado por outras mudanças na nomeclatura no passado, foi rebatizada de Democratas (DEM). O que se buscava era mais do que uma alteração de nomes, mas sim um fôlego para os anos que viriam a seguir. A promessa era de que o novo partido mostraria sua força nas eleições municipais de 2008. A realidade foi diferente, com derrotas nas urnas e a perda de tradicionais quadros políticos.


Hoje o DEM não chega nem perto da força política e eleitoral que o PFL já teve um dia. Nomes históricos do partido, como o catarinense Jorge Bornhausen embarcaram em outras legendas e assim a sigla foi minguando até chegar ao ponto de não ter nenhum integrante no comando de um Estado.

O deputado federal e presidente estadual do DEM, Mendonça Filho, afirma que a mudança do nome foi uma “péssima escolha”. Para ele, no entanto, a legenda hoje vive um bom momento. “Quando você analisa com o cuidado necessário, você chega à conclusão que nome não que necessatrimante indica alguma coisa. O partido hoje é muito mais consistente, homogêneo, integrado e bem posicionado politicamente. O núcleo mais relevante de oposição (ao governo Dilma Rousseff, do PT) é o liderado pelo DEM”, destaca

A deputada estadual Priscila Krause, um dos poucos nomes de destaque do DEM no Estado, prefere não se prender ao rebatismo de 2007. “Esse é um assunto superado, hoje é DEM. Eu sempre achei que a identidade partidária se mostrava de maneira mais nítida com o adjetivo liberal, mas é hora de olhar pra frente. O DEM tem se revelado qualitativamente como um opositor a um governo que perdeu não só a popularidade, mas a credibilidade e este é um espaço que pode ser bem explorado nos próximos pleitos”, avalia.

Fora Mendonça e Priscila, que vêm se destacando em seu papel de opositores nos planos nacional e local, o DEM não tem outros nomes de destaque em Pernambuco no momento. Os dirigentes atuais apostam em revelações, mas por enquanto a legenda está longe de causar o impacto que tinha no passado com quadros como Roberto Magalhães e   Marco Maciel, hoje afastados da política partidária e eleitoral.


Em Pernambuco, o PFL ocupou a prefeitura do Recife e o governo do Estado. Sob a roupagem de DEM, o partido fracassou em duas eleições municipais (2008 e 2012) com Mendonça Filho. Apesar das derrotas nas urnas, ele não abandonou a legenda e conseguiu se reinventar na política. Hoje é um dos nomes mais atuantes na oposição ao governo Dilma Rousseff (PT) no Congresso Nacional.   “Soube bem aproveitar esse espaço na oposição”, diz.


Os holofotes que Mendonça têm recebido são capitalizados pelo DEM e a aposta é que essa fase de exposição possa se reverter na atração de novos quadros. “Há um espaço enorme para o partido voltar a crescer”, acredita. 



Apesar da confiança de Mendonça, os projetos de poder, ao menos em Pernambuco, são bem mais modestos do que  no passado. Dificilmente, o DEM terá candidato à prefeitura do Recife em 2016 já que passou a integrar este ano a base de apoio do prefeito Geraldo Julio.

No discurso, no entanto, os dirigentes ainda não entregam a tolha.  “O nosso caminho (para a prefeitura do Recife)  só vai ser definido no próximo ano. Queremos crescer politicamente, já que ficamos reduzidos no Estado”, diz Mendonça, colocando o foco nas disputas nas cidades do interior.


O presidente estadual do DEM ainda destaca que o partido teria como mostrar força numa eventual disputa pela prefeitura da capital pernambucana. “O partido tem quadros de peso e de respeitabilidade. A deputada estadual Priscila Krause, por exemplo, tem uma grande conexão com a cidade”, ressalta.


Eleita deputada estadual em 2014 após se destacar na oposição a Geraldo Julio, Priscila não menciona o próprio nome, mas coloca o DEM como possível rival do PSB. “Acho que o partido não deve de maneira nenhuma se excluir de uma possibilidade real que é a de disputar um pleito majoritário no Recife”, comenta.


Ariadne Morais




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