Da Carta Capital
A Executiva Nacional do PSOL decidiu, nesta quinta-feira, suspender os direitos partidários do deputado federal Cabo Daciolo (PSOL-RJ), o que significa que ele não fala mais em nome do partido, não pode participar de votações com a bancada ou reuniões do PSOL. A deliberação saiu depois do parlamentar apresentar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição), apelidada por ele de "PEC dos Apóstolos", que sugere alterar um parágrafo na Carta Magna: em vez de determinar que “todo o poder emana do povo”, como é atualmente, estabeleceria que “todo o poder emana de Deus”. Em maio, o Diretório Nacional do partido deve se reunir, mais uma vez, para discutir três outras sanções possíveis, sendo que uma delas é a expulsão de Cabo Daciolo do partido.
Lideranças do PSOL já haviam pedido que o deputado desistisse da ideia e, apesar de ter sinalizado concordância, Cabo Daciolo apresentou o projeto. “PEC dos Apóstolos (Pec 12/2015) – Todo poder emana de Deus. Só teremos vitórias com Deus na frente. Todo poder, honra e Glória seja dado ao nosso Senhor Jesus Cristo. Sou a favor do Estado Laico e contra religião. Juntos somos fortes. Nenhum passo daremos atrás. Deus está no controle”, escreveu o deputado em sua página do Facebook.
Esta não é a primeira vez que o deputado constrange colegas e a militância. Na cerimônia de diplomação para o cargo, Cabo Daciolo "tietou" o deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) eseu filho antes de tirar uma foto com ambos. A aproximação de Cabo Daciolo com o partido se deu após o militar liderar a greve dos bombeiros no Rio de Janeiro, em 2011. Na ocasião, ele comandou a invasão do Quartel General da corporação e o acampamento nas escadarias da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Ariadne Morais
Nenhum comentário:
Postar um comentário