Diante da perspectiva de um ano difícil , em que o orçamento de sua pasta será ínfimo e sem promessa de dinheiro novo,o ministro da Saúde, Arthur Chioro, defende a discussão sobre a criação de uma contribuição para financiar o setor. " É o caminho para garantir a sustentabilidade do sistema integral e universal, que cada vez custa mais caro".
A medida poderia ajudar a reparar o baque sofrido no setor, em 2008, com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Em entrevista ao Estado, o ministro afirma ser contrário a planos de saúde com mensalidades baixas e defende uma mudança nas agências reguladoras , que devem seguir as políticas norteadas pela pasta. "Elas são executoras", disse.
Estadão- Quais foram as encomendas da presidente Dilma?
Arthur Chioro- São cinco prioridades. Ajuste do Mais Médicos, o Mais Especialidades, modernização da máquina administrativa. Vamos lidar também com Sistema Nacional de Saúde. Cuidar da área pública, saúde suplementar, do que ocorre no sistema privado. É o caso , por exemplo, das medidas para frear o número de cesáreas. E investir pesadamente na prevenção, sobretudo do envelhecimento da população, do maior risco de doenças crônicas, o aumento da violência, Eu preciso deixar de ser o ministro da doença para ser de fato, o ministro da Saúde. Prevenção deve ser prioritária.
Estadão- Quando o Mais Especialidades será lançado?
AC- A ideia é apresentar o projeto para presidente Dilma, nesse primeiro trimestre.
Estadão- O ministério vai começar com qual especialidade?
AC- Há dois fortes candidatos: traumato-ortopedia e oftalmologia.
Estadão- De onde virão os recursos?
AC- Não será do orçamento atual. Fundamentalmente, virão de recursos oriundos do pré-sal.
Estadão- Eles ainda não existem. Será uma espécie de empréstimo?
AC- Vamos ver qual será a orientação da presidente Dilma. Para isso precisamos saber quanto o programa vai custar e, estamos nos apropriando.
Estadão- Médicos estrangeiros serão contratados?
AC- Não trabalhamos com a possibilidade de recrutar médicos do exterior. Cruzamentos de cadastros mostram que temos profissionais disponíveis na maior parte das regiões.
Estadão- Mas, com interesse em trabalhar? Se não aconteceu com o Mais Médicos, por que vai acontecer com o Especialidades?
AC-Mas, aconteceu com a alta complexidade. A formação médica brasileira é essencialmente voltada para especialidades.Temos um contingente de especialistas na rede privada, na rede pública que nunca rodou porque não tinha política.
Estadão- Haverá novo recrutamento de estrangeiros para o Mais Médico?
AC- Vamos apresentar na próxima semana uma proposta de reajuste do Programa.
Fonte: O Estadão
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