19 de fev. de 2015

Policiais civis de Pernambuco alegam que trabalharam "de graça" e em más condições no Carnaval



Do NE10

"O Sinpol considera que a segurança pública não pode ser feita de forma atabalhoada, sem um mínimo de estratégia. Eventos como o Carnaval têm data pré-fixada anualmente e podem ser melhor planejados. Quem perde como isso, novamente, é a população pernambucana que, muitas vezes, paga o preço caro com sua vida".

O Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Simpol) denunciou, através de nota emitida nesta quinta-feira (19), que os agentes ainda não receberam as diárias referentes ao trabalho realizado nos dias de Carnaval em todo o Estado este ano. A categoria ainda reclama que as delegacias ofereciam péssimas condições de trabalho e que até a água e as refeições foram custeadas com o dinheiro do próprio bolso.

De acordo com o presidente do Simpol, Áureo Cisneiros, até esta quinta-feira, o valor de R$ 180 referente ao trabalho nos festejos de Momo não foram depositados. Além disso, a categoria reivindica um rejuste no valor pago pela diária de trabalho no Carnaval que, segundo o Simpol, deveria ser de R$ 360.

O sindicato informa que cada policial trabalhou por até dois dias durante o carnaval de 2015.

A acusação de que os policias "trabalharam de graça" ou que "pagaram para trabalhar" nos dias de Carnaval está sustentada em outra denúncia da categoria: a de que até mesmo a água e as refeições para os dias de trabalho foram pagas com o dinheiro que os agentes tiraram do próprio bolso. "Não tinha água e nem almoço. Foi preciso pagar do próprio dinheiro para custear as refeições", afirma Cisneiros.

O Sindicato ainda culpa o "descaso do Governo do Estado" pelo aumento nos índices de Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLI), que no período do Carnaval de 2015 teve uma elevação de 29,7%. Foram registrados 83 assassinatos durante o Carnaval pernambucano neste ano.

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Ariadne Morais

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