9 de jun. de 2015

Pacotes que "enchem a vista"





Pacotes que enchem a vista com obras e dinheiro a perder de vista, como o que está sendo anunciado, nesta terça-feira, por Dilma Rousseff, são um quase um tapete mágico para se recuperar a confiança na economia e na credibilidade política, duas coisas que escaparam ao controle da presidente após a crise em que seu governo mergulhou. Só o nome do pacote – Programa de Investimento em Logística – e os valores, algo em torno de R$ 190 bilhões, induzem a qualquer desavisado a imaginar que o Brasil navega em céu de brigadeiro. 

Não, a crise econômico-financeira ainda  continua por um tempo, mas o pacote de concessões (privatizações) dará um fôlego à presidente, que pode até pensar em arrebitar o nariz, de novo. Agora, de imediato, o que interessa é que os números do pacote sejam factíveis, porque logo, logo, haverá cobranças. Nas asas do pacote também estão os governadores, que chegam para a solenidade hoje no Palácio do Planalto, ainda sem a certeza da parte que lhes cabe neste bolo logístico. Paulo Câmara (PSB) é um deles, e espera receber uma fatia generosa: Pernambuco tem necessidades crônicas referentes às manutenções das BRs 232 e 101 assim como o Aeroporto dos Guararapes, que está na disputa para abrigar o hub da TAM. 

É possível que Paulo esteja mais ansioso com encontro, previsto para amanhã, com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, quando espera ouvir boas notícias sobre recursos para investir. Juntando tudo, o governador pode retornar de Brasília com novo ânimo. Há uma preocupação grande de Paulo com o desemprego, daí a busca por novos investimentos. Bem, anúncio de pacotes é algo que se repete, periodicamente, quase a cada dois anos. Quem não se lembra do Pacote de Aceleração do Crescimento 1 e 2? Aliás, o PAC é uma prova de que nem tudo o que se anuncia se concretiza – outra constante em todos os governos, mas não custa torcer para que tudo dê certo. 

Marisa Gibson (Diário de PE)

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