Aécio Neves recebeu uma ligação do governador eleito e pediu, em seguida, que a legenda não o deixasse em situação "constrangedora". Ao mesmo tempo, Aécio não quis "constranger" Daniel a integrar a base de Geraldo, já que o deputado federal tem pretensões de ser prefeiturável,
Não haverá lá e lô no PSDB. Embora os tucanos tenham sido convidados para integrar o futuro secretariado de Paulo Câmara (PSB), que assumirá o governo do estado a partir de 1º de janeiro, o mesmo não se repetirá na Prefeitura do Recife. O presidente municipal da sigla, André Régis, informou ao Diário que a legenda permanecerá na oposição ao prefeito Geraldo Julio (PSB). A decisão também foi acordada com o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves, e permitirá que o deputado federal eleito, Daniel Coelho (PSDB), volte a disputar a prefeitura em 2016. “A posição do partido no Recife continua inalterada. Vamos ficar na oposição, que não será a mesma do PT”, afirmou André Régis.
A divisão do PSDB mostra não ter sido fácil para o partido integrar o governo de Paulo Câmara e encontrar um discurso que justifique a oposição a Geraldo Julio - aliado e amigo do governador eleito. Segundo informações de bastidores, os tucanos se reuniram no domingo passado, na casa do deputado federal Bruno Araújo (PSDB), decidiram recusar o convite de integrar o governo estadual porque a futura pasta de Micro e Pequena Empresa, Qualificação e Trabalho não atraia, mas, pouco tempo depois de a decisão ter sido anunciada a Paulo Câmara, Bruno recebeu uma ligação de Aécio Neves, por volta das 17h, pedindo que o “não” fosse reconsiderado.
Aécio Neves lembrou que Paulo Câmara lhe deu apoio na campanha presidencial e que seria “constrangedor” que a legenda não fizesse parte do primeiro escalão. “Foi difícil recusar um pedido de Aécio”, declarou um tucano em reserva, um dos quatro ouvidos pela reportagem. “Da forma como a costura aconteceu, até mesmo Bruno Araújo ficou chateado. Ele considerou o espaço oferecido ao PSDB (a Secretaria de Micro e Pequena Empresa) muito pequeno, não valia a pena o partido ser ‘amarrado’ à base governista por conta de uma secretaria, mas Aécio interferiu”, completou outro.
Uma liderança do PSDB contou que os afagos à legenda foram feitos em outras frentes para evitar um confronto entre os partidos em 2016, mas nada ficou decidido, porque Aécio também não quis "constranger" Daniel Coelho. Principal liderança da sigla, Daniel recebeu um convite para participar do secretariado de Paulo Câmara, mas recusou, para não abrir mão do sonho de ser prefeiturável. “Só teve dois políticos que aceitaram o convite de integrar o secretariado de Paulo Câmara e só um ficou (Evandro Avelar). Foi constrangedor para Terezinha Nunes, que era uma das lideranças colocadas”, observou um tucano.
Indagado se o ex-deputado estadual Pedro Eurico não poderia ser considerado como mais um secretário do PSDB, já que ele vai comandar a Justiça na gestão de Câmara, esse parlamentar disse que “não”. “Pedro Eurico é da cota do próprio governador (eleito)”.
(Do Diário de Pernambuco)
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