Por Paulo Veras
Região que deu 12 milhões de votos de vantagem para Dilma Rousseff na última eleição, o Nordeste pode ter um papel decisivo na próxima disputa presidencial e, por isso, já está no radar do PSDB; o que passa inclusive pelas eleições de 2016. No dia 15 de agosto, Aécio lançará uma campanha de filiação ao partido em Maceió (AL), onde o prefeito Rui Palmeira é tucano.
“As
últimas pesquisas mostram que o percentual de desaprovação de Dilma no Nordeste
é recorde. A nossa aposta é exercitar isso com candidaturas que se contraponham
(ao PT) mostrando a mentira que foi levada à população nordestina, com obras
que estão paradas”, explica o deputado federal Bruno Araújo (PSDB). Segundo
Adriano Oliveira, cientista político da Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE), o candidato do PSDB precisa apresentar propostas claras para os
nordestinos. “O eleitorado do Norte e Nordeste hoje reprova Dilma, apesar de
ter uma boa memória de Lula”, justifica.
Recém-eleito
presidente da legenda em Pernambuco, o deputado estadual Antônio Moraes diz que
a sua prioridade será filiar novos militantes e reorganizar o partido no Estado
para fortalece-lo para as eleições do próximo ano, principalmente no interior.
“No Recife, a gente não tem nenhum compromisso com a reeleição de Geraldo
Julio. A indicação de Aline Mariano (secretária municipal de Combate ao Crack)
foi uma coisa pessoal. Isso não quer dizer que lá na frente a gente não possa
ter um entendimento. Mas a gente tem uma candidatura extremamente competitiva
que é a de Daniel Coelho e vamos trabalhar nisso”, sinaliza.
Por
outro lado, o professor Roberto Gondo, da Universidade Presbiteriana Mackenzie,
acredita que os tucanos vão tentar concentrar a força que já possuem no Sudeste
e reconquistar o eleitorado mineiro como estratégia eleitoral. “Numa eleição
presidencial, você não precisa ter um partido que tenha predominância no País
inteiro. O forte do PSDB é o Sudeste. E se ele conseguir conquistar uma margem
de 15% a 25% do eleitorado do PT na região, ele ganha”, explica.
PSB - Uma outra incógnita para a eleição
de 2018 é a repetição da aliança dos tucanos com o PSB, firmada no segundo
turno de 2014, após a morte de Eduardo Campos. “Eu acho que existe essa
possibilidade. Mas se você for ver, não adiantou muito. Daqui do Sudeste, nós
contávamos que Aécio venceria em Pernambuco. E ele perdeu também. De todos os
estados do Nordeste, Pernambuco é o que mais tende a caminhar com os tucanos”,
argumenta Gondo.
Mais
cauteloso, Bruno Araújo lembra que a próxima disputa presidencial ainda está
longe. “Nitidamente o PSB tem relações muito próximas conosco. As duas
principais bases do PSB hoje são integradas nessa relação com o PSDB. A casa do
PSB, que é Pernambuco, onde nós temos uma aliança no nível estadual consolidada
e mantida de forma muito firme. E no principal estado do País, onde o PSB
participa conosco, dividindo o governo. E eventualmente passando a governar o
Estado de São Paulo com uma saída de Alckmin (para disputar a eleição). Essa
relação se põe num bom momento”, corteja.
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