Foto: Beto Macário
Ao entrar na maior palafita do bairro do Pina, na região sul do Recife, a impressão que se tem é que um mundo paralelo surge, espremendo cem famílias em um corredor erguido sobre tábuas no rio Capibaribe. O mau cheiro dá as boas-vindas a quem chega e precisa se equilibrar entre tábuas tortas e em falso.
Se sobreviver em um lugar marcado pela extrema miséria já é um desafio por si só, enfrentar a tríplice epidemia de zika, dengue e chikungunya é praticamente uma batalha perdida.
No local não há banheiro, coleta de lixo e as visitas de agentes de saúde e de endemias --dizem os moradores-- são raras. Não há também água encanada, e a energia só chega por causas de ligações clandestinas.
Ao entrar no lugar, veem-se muitos baldes para armazenar água e lixo por toda a parte, que também guardam água parada, o lugar ideal para a fêmea do mosquito colocar seus ovos. Ali não faltam lugares para esses mosquitos nascerem.
A comunidade, apelidada pelos moradores de "favela do Sossego", joga todo o lixo que produz e dejetos humanos no rio Capibaribe. Por baixo dos barracos de madeira, há uma enorme quantidade de lixo que boia sobre as águas poluídas.
As palafitas são fincadas às margens do rio entre as pontes que dão acesso do centro da capital pernambucana à zona sul, a poucos quilômetros da badalada praia de Boa Viagem. Ficam ao lado do maior shopping da cidade e atrás de um restaurante de luxo especializado em frutos do mar e uma marina repleta de barcos caros. Outras 58 comunidades também existem sobre o rio.
"Ninguém aqui nos ajuda! A verdade é que somos esquecidos: não tem médico, não tem direito a nada. Agente de saúde raramente vem, e quando vem não tem nem o que fazer. Mandam fazer as necessidades da gente em um terreno que é do outro lado, mas ninguém vai, não. Já está tudo errado aqui mesmo, pra quê ir longe?", questiona um morador.
Fonte: Uol Notícias
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