21 de fev. de 2016

Não foi nomeação, foi intervenção


É de espantar, mas já tinha sido previsto. O grande problema do episódio do filho do ex-governador, o jovem João Campos (PSB), é que não se trata de uma nomeação, mas sim de uma intervenção no governo. Aliás, soube que o jovem Campos é preparado e que tem futuro na política. Mesmo com pouca idade, já tem postura de líder.

A questão é que, de forma transparente, o ato deixa claro a influência descomunal da família do ex-governador sobre o Poder Executivo de Pernambuco. Lembro que, no processo de escolha, eu sempre disse que o PSB indicava Paulo Câmara para ser "governado", e não ser o governador.

Após 13 meses de gestão do Estado, o PSB reconhece que eu tinha razão, pois o atual governador dá demonstrações diárias de que não consegue liderar o governo e sua aliança política, e isso tem acarretado uma série de problemas - administrativos e políticos - na gerência do Executivo, com repercussões graves na vida da população, a exemplo da segurança pública e da saúde.

Em função disso, mesmo com o desgaste político do ato, o PSB colocou o filho do ex-governador para tentar arrumar a casa. Não tenho nenhuma dúvida de que o rapaz terá o papel de influenciar nas decisões do governo. Pode-se traduzir esse papel, de maneira polida, em monitorar, avalizar, endossar, corrigir rumos...

Não tenho dúvida de que eu tinha razão. Ao mandar Paulo Câmara nomear João Campos seu chefe de gabinete, o PSB estabelece uma intervenção no governo. Daí, deduz-se que Paulo Câmara não consegue ser governador, e sim "governado".

Sílvio Costa / Facebook

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