Do Diário de Pernambuco
Cerca de quinze idosos foram encontrados em situação precária em abrigos clandestinos localizados em Jardim Paulista e no bairro da Aurora, no município de Paulista. Uma denúncia foi feita ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e a Polícia Civil fechou os lares nesta terça-feira. Os abrigados foram reconduzidos aos seus familiares pelo Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS).
Maus tratos, alimentos vencidos foram algumas das irregularidades encontradas na casa em Jardim Paulista, onde viviam 10 idosos. No local, foram flagrados três cuidadores de idosos, que foram presos em flagrante, além de uma cozinheira que foi liberada. Os suspeitos retinham os cartões de benefícios e utilizavam energia elétrica irregular.
Segundo o presidente do Conselho Municipal do Idoso do Paulista (Comip), Aldo Araújo, três ex-funcionários da instituição, fechada há uma semana, foram os responsáveis pelos crimes. "O local não dispõe de documentação necessária como alvará de funcionamento, licença do Corpo de Bombeiros, Alvará de Vigilância Sanitária, CNPJ, registro no Conselho Municipal do Idoso, dentre outras", explicou. Segundo Araújo, o Conselho não tinha conhecimento dos espaços. "Normalmente a gente faz a fiscalização nos espaços regularizados. Já em casos como esse, contamos com o apoio da população para que façam a denúncia" ressaltou.
Já no bairro da Aurora, a inspetora da Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde, Valéria Ferreira, encontrou várias irregularidades no local. "A casa está em situação condenável. Sem acessibilidade, como a falta de barras de segurança no corredor e nos banheiros, sem área de lazer, área de convivência, dormitório irregular, com camas muito próximas, sem campanhia de alarme, sem separação por sexo, leitos no chão, cozinha inadequada, sem refrigeradores, alimento acondicionado de forma irregular e sem refrigeração", contou a inspetora.
O delegado responsável pelas investigações, Gilmar Rodrigues, disse que três pessoas foram presas em flagrante. "Era uma verdadeira corda de caranguejo, tinha idoso até de Ipojuca e a situação é de maus tratos. Vimos os comprovantes de saque e de acordo com nossa conta, são R$ 19 mil líquido de lucro", afirmou o delegado.
Rodrigues afirmou que os envolvidos responderão por maus tratos, sequestro, cárcere privado, retenção de cartões, desobediência ao Ministério Público, furto de energia elétrica, além de crime contra a saúde pública devido aos alimentos vencidos, e uso de drogas, pois segundo o policial, haviam medicamentos de uso proibidos. O delegado ainda disse que deverá responsabilizar criminalmente os familiares por abandono.
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