20 de mai. de 2016

Novo secretário de Cultura diz que sua missão é restaurar a dignidade dos “fazedores de cultura”


Do Diário do Congresso
O ministro da Educação, Mendonça Filho, anunciou, nesta quarta-feira (18), o diplomata Marcelo Calero, 33 anos, para comandar a nova Secretaria Nacional de Cultura, que passou a ser vinculada à pasta da Educação. Calero, que comandava a Secretaria de Cultura do município do Rio de Janeiro, reuniu-se com o presidente interino Michel Temer nesta tarde e assumiu compromisso de melhorar a gestão das políticas culturais no País. Ele tomará posse na próxima segunda-feira.
“Vamos tratar de restaurar a dignidade dos fazedores de cultura desse País que, nos últimos meses, foram desrespeitados, porque não tiveram, muitas vezes, prêmios pagos, contratos honrados. E estaremos muito atentos a isso”, destacou Calero a jornalistas no Palácio do Planalto.
Questionado sobre a resistência de artistas e servidores da pasta em relação à extinção do Ministério da Cultura, disse que a a vencerá a partir do diálogo e resultados concretos. Também garantiu que pretende explorar as potencialidades da integração entre educação e cultura.
“Aqui não se trata de procurar o diálogo pelo diálogo, fazer um exibicionismo, mas sim buscar resultados concretos, fazer com que realmente a gente possa aprimorar a gestão da cultura a partir do diálogo que se estabeleça com os fazedores, a quem devemos todo o respeito.”
O novo secretário disse ainda que irá trabalhar no sentido de valorizar dos servidores da pasta. “Vamos construir juntos uma política pública de cultura consistente, progressista, democrática, que trate, justamente, de dar a mais ampla abrangência a todas as manifestações que nós temos do Norte ao Sul do País.”
Reforma administrativa
O ministro Mendonça Filho, também presente na entrevista coletiva, garantiu que a vinculação do MinC à Educação se deu com o intuito de fortalecer os investimentos na promoção de atividades culturais. A meta imediata é sanar os déficits e a defasagem no orçamento da pasta, reduzido em 25% em relação a 2015. Para 2017, o objetivo é recuperar o valor do ano passado e possivelmente ampliar os recursos para o setor.
“Essa reforma administrativa, essa integração nova não comprometerá, muito pelo contrário, fará com que nós tenhamos, cada vez mais, um foco para que as atividades culturais promovidas pelo governo federal tenham eficácia e eficiência”, disse antes de sinalizar que o déficit financeiro de R$ 236 milhões, com restos a pagar do orçamento do ano anterior, será quitado em até quatro parcelas a partir da posse do novo secretário nacional de Cultura.
Ainda segundo o ministro, a integração dos dois ministérios levará a uma soma desses orçamentos. “É juntar para ampliar, não para diminuir”, afirmou. “Com essa nova sinergia e integração, vamos potencializar a condição de ampliação dos recursos para a Cultura”, enfatizou.
Mendonça Filho anunciou também que Helena Severo será a nova presidente da Fundação Biblioteca Nacional.

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