7 de mar. de 2016

Dívida do Estado com Real Hospital Português ameaça cirurgias cardíacas



Do JC Online
Uma dívida do Governo de Pernambuco com o Real Hospital Português ameaça suspender as cirurgias cardíacas que a unidade de saúde realiza pelo SUS. Segundo o líder da oposição na Assembleia Legislativa, Silvio Costa Filho (PTB), desde março do ano passado o Estado havia parado de repassar os recursos dos atendimentos de média e alta complexidade ao hospital, acumulando um débito de R$ 15,4 milhões. O Real Hospital Português realiza 1,2 mil procedimentos cirúrgicos cardiovasculares por ano. Desses, 95% são para pacientes do SUS.

Em uma carta enviada ao secretário estadual de Saúde, José Iran da Costa Júnior, no final de fevereiro, os seis médicos que coordenam as equipes de cirurgia cardíaca do hospital dizem que a falta de repasses pode impossibilitar financeiramente a continuidade do trabalho. “A suspensão de nossas atividades certamente trará prejuízos inestimáveis à população, risco de morte para muitos doentes”, diz o texto. Nessa quarta-feira (2), o secretário recebeu representantes do hospital e prometeu marcar uma reunião do grupo com o governador Paulo Câmara (PSB) para construir uma solução para o impasse.

Na Alepe, a oposição questionou a suspensão dos pagamentos, considerando que a União teria repassado R$ 1,4 bilhão ao Estado em 2015 para custear ações de saúde de média e alta complexidade. O deputado Edilson Silva (PSOL) sugeriu que fosse feito um pedido de informações à Secretaria Estadual de Saúde para detalhar a aplicação dos recursos.

Em resposta aos oposicionistas, o líder do governo, Waldemar Borges (PSB), afirmou que R$ 4 milhões foram pagos no primeiro dia de março e que o restante da dívida foi repactuado com o hospital. Ele também disse que o Estado tem enfrentado dificuldades de financiar a saúde, por causa de atrasos nas liberações da União. Em forma de recado, o socialista afirmou ainda que o governo não quer “tirar proveito” do problema da saúde.

Procurada, a assessoria do Real Hospital Português disse não poder confirmar o valor de R$ 15,4 milhões por ainda estar concluindo o balanço financeiro do ano, mas disse que o débito não deve ser inferior. A unidade também confirmou a liberação de R$ 3,9 milhões, mas disse que a pactuação do restante da dívida ainda está em negociação. O hospital adiantou que espera resolver o problema da forma mais tranquila possível.

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