O deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), flagrado pela Polícia Federal recebendo dinheiro do empresário Joesley Batista, do grupo JBS, desembarcou no início desta manhã em São Paulo, vindo de Nova York. O peemedebista não deu declarações à imprensa e foi bastante hostilizado por passageiros e outras pessoas que o aguardavam no aeroporto de Guarulhos. Foi chamado de “bandido” e “ladrão”.
Por determinação do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), Rocha Loures está afastado das funções parlamentares, assim como o senador Aécio Neves (PSDB-MG). A Procuradoria-Geral da República pediu a prisão dos dois. Fachin negou o pedido em relação a Aécio, mas o Supremo não confirmou a decisão tomada em relação ao deputado.
De acordo com a delação de Joesley e seu irmão Wesley Batista, o paranaense foi indicado pelo presidente Michel Temer para resolver uma disputa relativa ao preço do gás fornecido pela Petrobras à termelétrica do grupo JBS. O presidente também orientou Joesley a conversar com o colega de partido para tratar de qualquer assunto.
Em Nova York, Rocha Loures acompanhava um evento no qual o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), foi premiado. Segundo o jornal O Globo, Joesley marcou um encontro com Rocha Loures em Brasília e contou sobre sua demanda no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Na ocasião, o empresário ofereceu propina de 5% e o deputado deu o aval, conforme a reportagem.
O deputado foi filmado pela PF recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados pelo empresário, após combinar pagamento semanal no mesmo valor pelo período de 20 anos. Segundo o relatório da Procuradoria-Geral da República, Rocha Loures telefonou para o presidente interino do Cade, Gilvandro Araújo, para interceder pelo grupo.
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