A Polícia Federal em Pernambuco (PF-PE) se pronuncia, nesta quinta-feira, sobre a Operação Despejo, realizada após evidências de crime ambiental em várias estações de tratamento e escritórios da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). A entrevista coletiva está marcada para o início desta tarde.
Em julho passado, pescadores do município do Paulista, na Região Metropolitana do Recife, realizaram uma manifestação em frente à Colônia de Pescadores da cidade, no bairro do Janga, contra a Compesa, diante dos esgotamentos sanitários que são despejados no mar, sem nenhum tratamento e que, de acordo com os trabalhadores vêm prejudicando a pesca no município. Segundo eles, a degradação ambiental teria causado o desaparecimento de várias espécies de peixes e crustáceos na área litorânea de Paulista.
Na ocasião, técnicos da Compesa estiveram, na manhã desta segunda-feira, na Associação de Pescadores do município do Paulista e visitaram os pontos apontados pela categoria como de possíveis lançamentos de esgoto no mar. De acordo com nota divulgada pela companhia, nenhum deles seria decorrente de sistemas operados pelo órgão.
Em março deste ano, a Delegacia do Meio Ambiente e Patrimônio Histórico (DELEMAPH) da Polícia Federal (PF) em Pernambuco começou a investigar a denúncia de crime ambiental no Arquipélago de Fernando de Noronha. Na época, a Praia do Cachorro, na Vila dos Remédios, foi interditada por conta de um vazamento de esgoto bruto da Estação de Tratamento da Compesa no Riacho Mulungu até a praia.
A determinação pela interdição foi tomada pela Administração da Ilha, após uma reunião de emergência com as vigilâncias Ambiental, em Saúde e da Coordenadoria de Meio Ambiente. A decisão pelo isolamento veio após constatação de que contato com a água contaminada poderá trazer riscos à saúde.
A Compesa alegou que o despejamento de esgoto teria sigo causado por uma falha técnica em uma das bombas da unidade. A companhia afirmou, ainda, ter tomado todas as providências para a troca do aparelho defeituoso assim que soube do problema, além de colocar em operação uma bomba reserva, para que a estação continuasse funcionando. O órgão foi notificado e multado. De acordo com o Instituto Chico Mendes (ICMBIO), responsável pela Área de Proteção Ambiental (APA) - região que abrange a Praia do Cachorro -, não foi a primeira vez que a companhia se envolve em crimes ambientais na Praia do Cachorro fato que, aliado à falta de Licença Ambiental para operação, teria influenciado o aumento da multa pelo ICMBIO.
Do Diário de Pernambuco
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