Na última sexta-feira, Pernambuco acordou com a Polícia Federal deflagrando mais uma etapa da Operação Lava-Jato. Desta vez, o desdobramento, denominado de Operação Fair Play, cravou os dentes na "Nova Política": o alvo da PF foi o nada republicano contrato que permitiu a construção da Arena Pernambuco.
No miolo da sujeirada toda, superfaturamento, irregularidades e fraude. No olho do furacão, dois nomes da tropa de elite desse PSB covarde e retrógrado dos últimos tempos: o prefeito Geraldo Julio e o governador Paulo Câmara.
Quando secretários de Estado, Geraldo e Paulo eram os todo-poderosos do Comitê Gestor das Parcerias Público-Privadas do governo do Estado. Foram eles que, na condição de presidente e vice do órgão, não apenas trouxeram à tona a proposta de construção do equipamento esportivo como aprovaram a abertura de licitação. O resto virou crônica policial.
Não é nada bom para Pernambuco que a PF tenha vasculhado gabinetes e escritórios de órgãos do governo do Estado, como a Secretaria de Planejamento e Gestão - onde o atual prefeito deu expediente durante quase seis anos. Mas há algo ainda mais grave: o silêncio absoluto dos dois homens que detêm os cargos mais importantes do Estado. Nada. Nem uma palavra.
Não dá para considerar como resposta a nota enviada à imprensa, com alegações automáticas e costumeiras à guisa de justificar o injustificável. Mas, nada nos surpreende, pois este “mergulho” faz parte do modus operandi da “Nova Política”: silenciar para ver se o assunto esfria.
Também nada falaram expoentes novos e velhos deste amontoado de raposas que se tornou o PSB, além de seus aliados. Nada. Muitos dos quais foram financiados por empreiteiras investigadas na Lava-Jato.
O povo do Recife exige uma resposta do prefeito. O povo de Pernambuco exige uma resposta do governador. É o mínimo que essa política do nada pode fazer.
Marília Arraes
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