Caso haja renúncia, a presidente Dilma Rousseff será o quarto chefe do executivo a renunciar o mandato. No Brasil, outros três presidentes sucumbiram e deixaram o poder.
Foram eles:
. Marechal Deodoro da Fonseca
O marechal Deodoro da Fonseca assumiu o governo provisório, desde que a República foi proclamada (1889) e, a relação do presidente com as oligarquias foi tensa. Isto porque com a ascensão das oligarquias ao poder nos estados, o presidente precisou decidir a que lado daria seu apoio. Assim, conquistou inimizades que, no momento da eleição, demonstraram seu descontentamento elegendo para o cargo de vice-presidente o candidato da oposição, marechal Floriano Peixoto .
Em seu curto período de governo, 9 meses, marechal Deodoro destituiu todos os governadores de oposição e nomeou para seus lugares políticos nos quais confiava. Entretanto, as bancadas estaduais do Congresso não mudaram de posição e continuaram contra o presidente.
Enfrentando uma crise econômica, o Congresso tentou aprovar a "Lei de Responsabilidades" que diminuía os poderes do presidente. Em resposta, Deodoro decretou a dissolução do Congresso, prisão dos líderes oposicionistas, censura à imprensa e o país entrou em estado de sítio. Durante 20 dias o Brasil foi governado somente pelo Poder Executivo.
Insatisfeitos com a situação, a oposição e uma parte da Armada brasileira, se revoltaram. A pedido do Floriano Peixoto, o almirante Custódio de Melo que estava a bordo do Encouraçado Riachuelo na Baia de Guanabara, ameaçou bombardear o Rio de Janeiro, na época capital da nação, caso o marechal Deodoro não renunciasse. Cedendo às pressões, o presidente renunciou ao cargo, que foi assumido por Floriano Peixoto.
. Jânio da Silva Quadros
Jânio da Silva Quadros (1917-1992), foi o décimo sétimo presidente do Brasil com um mandato que iniciou em janeiro de 1961.
No entanto, Jânio não completou nem sete meses na presidência. Seu governo - que tinha como símbolo uma vassoura e o slogan "varre, varre vassourinha. Varre, varre a bandalheira" - teve fim no dia 25 de agosto do mesmo ano com a uma carta de renúncia. No texto, foram alegadas "forças ocultas" como o motivo para a decisão.
. Fernando Collor de Melo
Enfrentando a oposição de parlamentares do Congresso e manifestações de rua cada vez mais expressivas, o governo Collor ficou completamente isolado política e socialmente. Numa sessão histórica, em 29 de setembro de 1992, o Congresso Nacional decidiu-se pela aprovação do impeachment do presidente Collor de Mello.
Para evitá-lo, o presidente renunciou em 30 de dezembro. Foi a primeira vez na história republicana do Brasil que um presidente eleito pelo voto direto era afastado por vias democráticas, sem recurso aos golpes e outros meios ilegais.
Ariadne Morais