8 de ago. de 2016

Geraldo Júlio volta a ser “a” prioridade do PSB



Por Inaldo Sampaio
O prefeito Geraldo Júlio tornou-se novamente “a” prioridade do PSB nas eleições das capitais. O partido planejava lançar candidatos em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Salvador e Belo Horizonte, mas não reuniu forças suficientes para concorrer em faixa própria. 

Acabou se compondo com outras legendas, o que o deixará em posição secundária no pleito presidencial de 2018. Até a última sexta-feira, o partido tinha como prioridades os candidatos Geraldo Júlio (Recife) e Paulo Brandt (Belo Horizonte). 

Este último era o candidato do prefeito Márcio Lacerda (PSB) para disputar a sua sucessão. No entanto, com desempenho medíocre nas pesquisas, abandonou o barco no dia seguinte, levando o partido a correr para os braços do atual vice Délio Malheiros (PSD). Com isso, o prefeito do Recife tornou-se novamente “a” prioridade do PSB, em capitais, porque de sua reeleição dependerá, e muito, o sucesso do partido em 2018.

7 de ago. de 2016

Saramago: “Pudesse eu, fecharia todos os zoológicos do mundo”




“Pudesse eu, fecharia todos os zoológicos do mundo. Pudesse eu, proibiria a utilização de animais nos espetáculos de circo. Não devo ser o único a pensar assim, mas arrisco o protesto, a indignação, a ira da maioria a quem encanta ver animais atrás das grades ou em espaços onde mal podem mover-se como lhes pede a natureza”, escreveu o controverso escritor português José Saramago em seu blog no dia 20 de fevereiro de 2009.

Um dos maiores autores de língua portuguesa contemporânea, Saramago é mais conhecido por obras como “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, de 1991, e “Ensaio Sobre a Cegueira”, de 1995, embora para conhecê-lo melhor seja importante ler “As Intermitências da Morte”, “História do Cerco de Lisboa”, “Memorial do Convento” e “Levantado do Chão”, livros lançados entre os anos de 1980 e 2005.
A dúvida, o sobrenatural, a viagem interiorizada e exteriorizada e o experimentalismo linguístico são características que reforçam a identidade de Saramago como autor preocupado tanto com o conteúdo quanto com a forma. No entanto, o que mais me chamou a atenção nos seus últimos anos de vida foi a sua frequente preocupação em abordar de forma implícita e explícita os direitos dos animais.
José Saramago, o escritor que brincava com a pontuação e pouco se abstinha em suas críticas, registrou em “Suzi”, publicado em 2009 no livro “O Caderno”, que os circos conseguem a proeza de tornar ridículos os patéticos cães vestidos de saias, as focas a bater palmas com as barbatanas, os cavalos empenachados, os macacos de bicicleta, os leões saltando arcos, as mulas treinadas para perseguir figurantes vestidos de preto, os elefantes mal equilibrados em esferas de metal móveis:
“Que é divertido, as crianças adoram, dizem os pais, os quais, para completa educação dos seus rebentos, deveriam levá-los também às sessões de treino (ou de tortura?) suportadas até a agonia pelos pobres animais, vítimas inermes da crueldade humana.”
Segundo o escritor português, por muito tempo, e pela desinformação, as pessoas tiveram motivos para crer que as visitas ao zoológico poderiam ser instrutivas, mas não mais, já que há tanta informação disponível através de documentários que revelam a realidade sobre o sofrimento animal. “Se é educação que se pretende, ela está aí à espera”, sugeriu.
Saramago jamais esqueceu de uma elefanta solitária que vivia em um zoológico de Barcelona. Acometida por infecções intestinais, ela sofria pela perda de uma companheira com quem dividia um espaço reduzido, insuficiente para movimentarem-se adequadamente. “O chão que ela pisa é de cimento, o pior para as sensíveis partes destes animais que talvez ainda tenham na memória a macieza do solo das savanas africanas. Cuidar de Suzi, dar lhe um fim de vida mais digno. A quem devo apelar? À direção do zoológico? À Câmara? À Generalitat?”, desabafou o escritor.
Em “Penas Chinesas”, que integra o livro “O Caderno”, Saramago confidencia sua surpresa e choque ao saber como os animais são tratados pela indústria alimentícia. “Um dia vi num documentário como alimentam os frangos, como os matam e destroçam, e pouco me faltou para vomitar”, registrou.
Também se sentiu muito mal ao ler um artigo a respeito da utilidade dos coelhos nas fábricas de cosméticos. Soube que as provas sobre a irritação causadas pelos ingredientes dos xampus são feitas por aplicação direta nos olhos dos animais. ”Agora, uma curta notícia aparecida nos jornais, informa-me de que, na China, as penas de aves destinadas a recheio de almofadas de dormir são arrancadas assim mesmo, ao vivo, depois limpas, desinfetadas e exportadas para delícia das sociedades civilizadas que sabem o que é bom e está na moda”, lamentou.
Vencedor do Prêmio Camões em 1995 e do Prêmio Nobel de Literatura em 1998, o primeiro concedido a um autor de língua portuguesa, José Saramago publicou em 2008 o livro “A Viagem do Elefante”, qualificado como romance, mas considerado conto pelo autor. A obra é inspirada no episódio em que o rei de Portugal e Algarves, Dom João III, resolveu presentear com um elefante o arquiduque austríaco Maximiliano II, genro do imperador Carlos Quinto.
Com uma estilística inovadora e linear, Saramago apresenta a história de solimão (com s minúsculo mesmo), um elefante que se torna alvo da corrupção, individualismo, egocentrismo e outras falhas que permeiam a natureza humana. E essas deficiências mostram como o animal é vitimado pela superioridade que os personagens da história julgam possuir sobre o elefante de quatro toneladas.
“Que leves o elefante à porta da basílica e o faças ajoelhar-se ali, Não sei se serei capaz, Tenta-o, Imagine vossa paternidade que eu levo lá o elefante e ele se recusa a ajoelhar-se, embora eu não entenda muito destes assuntos, suponho que pior que não haver milagre é encontrar-se com o milagre falhado, Nunca terá sido falhado se dele ficarem testemunhas”, sugere o padre em diálogo com o tratador na página 79 de “A Viagem do Elefante”.
O sacerdote propõe usarem o animal para forjar um milagre e angariar recursos para o caixa da igreja. E a suposta graça é apenas a primeira etapa de um plano para fazer do elefante o mais valioso dos bens em mãos humanas. “Não é todos os dias que um elefante se ajoelha à porta de uma basílica, dando assim testemunho de que a mensagem evangélica se dirige a todo o reino animal e que o lamentável afogamento daquelas centenas de porcos no mar da galileia foi apenas resultado da falta de experiência, quando ainda não estavam bem lubrificadas as rodas dentadas dos mecanismos de milagres”, ironiza Saramago.
Logo são formados acampamentos em torno do elefante e a exploração do animal ganha outros rumos a partir do momento que seu pelo é extraído para ser vendido aos crédulos. “Amanhã se dirá que uma infusão de pelo de elefante, três vezes ao dia, é o mais soberano dos remédios. Fritz não tem mãos a medir, no bolsinho que traz atado ao cinto as moedinhas já pesam, se o acampamento permanecesse aqui uma semana acabaria rico”, satiriza.
Solimão, tornado salomão, e que chegou a salvar uma criança quando chegou ao seu destino, faleceu no inverno de 1553, depois de amargar uma vida de servidão humana. “Além de o terem esfolado, a salomão cortaram-lhe as patas dianteiras para que, após as necessárias operações de limpeza e curtimento, servissem de recipientes, à entrada do palácio, para depositar as bengalas, os bastões, os guarda-chuvas e as sombrinhas de verão. Como se vê, a salomão não lhe serviu de nada ter-se ajoelhado”, concluí José Saramago. Assim é justo dizer que além de ser uma metáfora da vida humana, “A Viagem do Elefante” é um retrato da abusiva relação dos seres humanos com os animais e também da obtusa forma como o homem enxerga o seu papel no mundo.
Saiba Mais
Nascido em 16 de novembro de 1922 em Azinhaga, Portugal, José Saramago faleceu em 18 de junho de 2010, em Tías, Espanha.
O livro “O Caderno” reúne textos escritos por Saramago entre setembro de 2008 e março de 2009.
Referências
Saramago, José. O Caderno. Companhia das Letras (2009).
Saramago, José. A Viagem do Elefante. Companhia das Letras (2008).

6 de ago. de 2016

PSB e PTB batalha sangrenta nas cinco maiores cidades



Por Inaldo Sampaio

O PSB e o PTB vão travar uma batalha fratricida nos cinco maiores colégios eleitorais do Estado. É luta de vida ou morte porque 2016 será uma prévia de 2018, quando o governador Paulo Câmara e o senador Armando Monteiro Neto deverão se enfrentar pela segunda vez. 

A disputa mais renhida será no Recife, onde o prefeito Geraldo Júlio (PSB) vai se confrontar com o ex-prefeito João Paulo (PT). Segue-se a batalha de Jaboatão, onde o vice-prefeito Heraldo Selva (PSB) medirá forças com o deputado Anderson Ferreira (PR), apoiado pelo PTB. Em Olinda, o candidato do governo é Antonio Campos (PSB) e o do senador, Teresa Leitão (PT). 

E, em Caruaru o PSB marcha com o vice-prefeito Jorge Gomes e o PTB com Raquel Lyra (PSDB). Em Petrolina, os socialistas apóiam Miguel Coelho e os petebistas Adalberto Cavalcanti. Essas são, em tese, as cinco eleições mais importantes do Estado porque serão definidoras de 2018.

5 de ago. de 2016

União exige dos estados e do Distrito Federal que congelem por 24 meses o salário dos seus servidores


Por falta de consenso na base governista, o presidente Rodrigo Maia retirou de pauta na Câmara Federal o Projeto de Lei Complementar 257/2016 que trata da renegociação das dívidas dos estados. O governo Temer, por meio desse PLC, fez a seguinte proposta aos governadores: a União prorroga por 20 anos as dívidas dos estados. 

Mas, em contrapartida, os governadores se obrigam a sancionar leis estaduais que congelem por 24 meses as despesas dos poderes e órgãos (Tribunal de Justiça, Ministério Público, Assembleia Legislativa), cancelem incentivos tributários ou financeiros, suspendam a contratação de novos servidores, não concedam nenhum aumento ou vantagem salarial aos atuais funcionários, vedem a contratação de operações de crédito e cortem em 50% as despesas com publicidade. Como a dívida de Pernambuco é totalmente “administrável”, esse projeto, se aprovado, será mais danoso ao Estado do que benéfico.

Inaldo Sampaio

4 de ago. de 2016

Paulista: Em convenção, Sérgio Leite é confirmado candidato


Aconteceu na noite desta quarta-feira (03) a convenção partidária da Frente que confirmou o ex-deputado Sérgio Leite (PDT) como candidato a prefeito do Paulista e o jornalista Evandir Pedrosa (PP) como seu vice.  Na ocasião, também foram confirmadas as candidaturas  de todos os postulantes ao cargo de  vereadores dos partidos que compõem a chapa.

O evento,  levou centenas de populares à quadra do Colégio Anita Gonçalves, na Vila Torres Galvão, que tem como proprietária, a anfitriã Marinalva Gonçalves, uma grande colaboradora do projeto de mudança que acontecerá na cidade.

Fizeram-se presentes o presidente nacional do PDT, deputado federal Wolney Queiroz, o deputado Zé Maurício, a ex-vereadora e presidenta estadual do PPL, Edna costa, o empresário e apresentador Pedro Paulo e todos os presidentes dos partidos.







Parlamentares eram 'clientes' de esquema de lavagem
















A Procuradoria da República, em Pernambuco, cita na denúncia contra 18 alvos da Operação Turbulência, que o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), pai do ministro das Minas e Energia do governo interino Michel Temer (PMDB), Fernando Filho, é 'cliente' de um esquema de lavagem de dinheiro desviado dos cofres públicos supostamente liderado pelo empresário João Carlos Lyra. Ainda segundo a Procuradoria, o deputado federal Arthur Lira (PP-AL) e seu pai, o senador Benedito de Lira (PP-AL), também teriam se favorecido da estrutura montada por João Carlos Lyra, apontado também como pagador de propinas.
Os políticos não são denunciados pela Turbulência. Como detentores de foro privilegiado, os Lira e Bezerra Coelho são investigados perante a Procuradoria-Geral da República no âmbito do Supremo Tribunal Federal (STF). Ao denunciar 18 investigados, o procurador Cláudio Henrique Dias menciona o deputado e os senadores.
"Frise-se que até o presente momento, os parlamentares citados no presente apuratório apenas se valeram dos serviços da organização criminosa, sem a integrarem, não havendo qualquer indício da participação ativa e concreta de agente político ou autoridade detentora de prerrogativa de foro nas condutas descritas nesta denúncia. Daí porque a tramitação desse feito no Juízo de primeiro grau não acarreta nem mesmo a probabilidade de violação da competência prevista no artigo 102, I, b, da Constituição Federal", diz o procurador.
A denúncia da Procuradoria na Operação Turbulência foi entregue na segunda-feira, 1, à Justiça Federal. O documento diz que o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), morto em acidente aéreo em agosto de 2014, também era 'cliente' do esquema de lavagem. Lyra seria líder de suposto grupo criminoso encarregado de entregar propina da empreiteira Camargo Corrêa ao ex-governador Eduardo Campos.
"Por meio dessa rede de controle, João Carlos Lyra operacionalizava a prática sistemática de agiotagem e de lavagem de capitais desviados dos cofres públicos", aponta a denúncia.
A acusação diz que Lyra tinha seis 'clientes' em um esquema de agiotagem, emprestando "montantes altos, com juros de 2% e curto período de resgate". "Ele fazia, assim, circularizar os capitais que movimentava em razão do segundo crime, de branqueamento de capitais, mediante a "venda" de dinheiro em espécie, também mediante a cobrança de juros de 2%, esquema do qual eram seus "clientes", a Construtora OAS, o deputado federal Arthur Lira, o senador Benedito de Lira, o falecido ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos e Fernando Bezerra Coelho."
Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) foi ministro de Integração Nacional entre 2011 e 2013 (Governo Dilma). Seu filho, Fernando Bezerra Coelho Filho (PSB-PE), é ministro de Minas e Energia do Governo interino Michel Temer.
O documento indica ainda que João Carlos Lyra "atuava também por sua própria conta nas práticas de lavagem de dinheiro e agiotagem".
"Ele foi reconhecido pelos ex-empregados da Camargo Corrêa como sendo a pessoa encarregada de entregar a propina devida por aquela empreiteira ao ex-governador Eduardo Campos e ao senador Fernando Bezerra Coelho em virtude das obras na Refinaria Abreu e Lima", acusa o procurador da República Cláudio Henrique Dias, autor da denúncia da Turbulência.
A denúncia inclui ainda outro empresário Eduardo Bezerra Leite, o "Eduardo Ventola", sócio de João Carlos Lyra. A acusação aponta ainda que Eduardo Ventola também "operacionalizava a prática sistemática de agiotagem e de lavagem de capitais desviados dos cofres públicos".
Neste trecho da denúncia, a Procuradoria inclui o Consórcio Mendes Júnior como um dos clientes do esquema de lavagem, ao lado da OAS, do deputado federal Arthur de Lira, do senador Benedito de Lira, do ex-governador Eduardo Campos e de Fernando Bezerra Coelho.
Defesa
O advogado André Callegari, que defende o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), "esclarece que são absolutamente imprecisas as afirmações feitas pela Procuradoria da República em Pernambuco na denúncia oferecida e relacionada ao Inquérito 163/2016 ("Operação Turbulência"), as quais vão de frontal encontro aos depoimentos anexados ao Inquérito 4005 ("Operação Lava Jato").
Diferentemente do que foi descrito pelo MPF naquele Estado, Fernando Bezerra não foi citado por qualquer pessoa ligada à construtora Camargo Correa - muito menos, como sendo receptor de recursos da empresa - conforme atestam testemunhas cujos depoimentos constam das páginas 859 e 890-891 do Inquérito 4005".
Nessas páginas, verifica-se que, nos depoimentos de Gilmar Pereira Campos e Wilson da Costa (ex-funcionários da empresa Camargo Correa), utilizados para subsidiar a denúncia, conforme item 24 da mesma, não há sequer a citação do nome do Senador Fernando Bezerra Coelho.
Outrossim, no tocante ao inquérito 4005, a defesa deixa claro que, passado mais de um ano do início das investigações, o procedimento segue sem qualquer prova sobre a participação do senador em qualquer atividade ilícita, e continua calcado tão-somente nas informações conflitantes fornecidas por delatores, declarações estas que não vem com sequer um documento comprobatório.
Por fim, frisa a defesa que o senador não participou da coordenação das campanhas de 2010 e 2014 de Eduardo Campos".
O deputado Arthur de Lira (PP-AL) afirmou que não se pronunciará sobre esse assunto.

Do Portal LeiaJá

3 de ago. de 2016

Operação Resta Um é tratada com cautela pelo PT


No PT de João Paulo, a Operação Resta Um , deflagrada nesta terça-feira (02), que apura suposta propina paga ao falecido tucano Sérgio Guerra, tem sido tratada com tom de ponderação. Embora o partido seja o mesmo de Daniel Coelho, que disputará com ele, o voto nas urnas , pela Prefeitura do Recife. O PT tem frequentado bastante os noticiários que misturam política e ações da polícia.