11 de ago. de 2016

Eleição "enxuta"




Restrições estabelecidas pelo Congresso e o TSE farão dessas eleições a mais singular das que já se realizaram no Brasil nas últimas décadas. Começa pelo financiamento das campanhas. Candidatos não podem mais receber contribuições de pessoas jurídicas e pessoas físicas só poderão doar até 10% dos seus rendimentos declarados à Receita Federal. 

Também estão proibidos outdoors, placas, faixas, cartazes e pintura de muro, que eram artifícios comumente usados pelos candidatos para se tornarem conhecidos. Permite-se apenas papel ou adesivo, até o limite de 0,5 metro quadrado. 

Além disso, o horário eleitoral gratuito foi reduzido de 45 para 35 dias e em vez de 60 minutos diários no rádio e na TV, em dois blocos de 30, foi encurtado para 20 minutos, em dois blocos de 10, apenas para candidatos a prefeito. Isso vai exigir dos candidatos “criatividade”, pois se trata de uma eleição muito diferente da que houve em 2012.

Inaldo Sampaio

10 de ago. de 2016

PF confirma destinação ilegal à campanha de reeleição de Eduardo Campos


Sem citar nomes, a Polícia Federal, divulgou nesta quarta-feira (10),uma nota confirmando a comprovação de destinação ilegal de R$20 milhões à campanha eleitoral de reeleição do então governador  Eduardo Campos (PSB), por meio da atuação do então Secretário de Desenvolvimento do Estado e do Complexo Portuário de Suape, hoje senador Fernando Bezerra Coelho, também PSB.

Segundo a Polícia Federal, o montante teve origem de valores desviados de contratos celebrados pela Petrobrás com três empreiteiras responsáveis pela execução da Refinaria Abreu e Lima. Os repasses foram feitos por meio de operações fictícias , o que incluía doações eleitorais oficiosas com pagamentos feitos em espécie.

Fonte: JC Online


9 de ago. de 2016

Lançamento de campanha só depois do dia 16



Após fazer sua convenção partidária apenas com um ato jurídico, no Recife, o deputado tucano Daniel Coelho, marcou para o dia 18 o lançamento de sua campanha para prefeito, que não ocorrerá com ato festivo e sim para apresentação de seu programa de governo . 

Daniel, cogitava realizar o evento no dia 13 ou 14 mas, seu juríco achou melhor deixar para depois do dia 16, onde a campanha já terá começado e não correrá o risco de ser acusado de campanha antecipada

8 de ago. de 2016

A gastança de Temer


Por Elio Gaspari
O Instituto Teotônio Vilela, do PSDB, publicou um texto criticando (corretamente) a gastança do governo de Temer e disse que é necessário "fechar a torneira dos gastos".
É o tucanato no seu melhor estilo. O PSDB tem dois ministros no governo, mais o líder no Senado.
Se isso fosse pouco, o governador tucano Geraldo Alckmin foi um grande beneficiado pela renegociação das dívidas dos Estados, não só porque o espeto paulista era o maior, mas também porque tirou bom proveito das gambiarras aceitas por Temer.

Geraldo Júlio volta a ser “a” prioridade do PSB



Por Inaldo Sampaio
O prefeito Geraldo Júlio tornou-se novamente “a” prioridade do PSB nas eleições das capitais. O partido planejava lançar candidatos em São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Salvador e Belo Horizonte, mas não reuniu forças suficientes para concorrer em faixa própria. 

Acabou se compondo com outras legendas, o que o deixará em posição secundária no pleito presidencial de 2018. Até a última sexta-feira, o partido tinha como prioridades os candidatos Geraldo Júlio (Recife) e Paulo Brandt (Belo Horizonte). 

Este último era o candidato do prefeito Márcio Lacerda (PSB) para disputar a sua sucessão. No entanto, com desempenho medíocre nas pesquisas, abandonou o barco no dia seguinte, levando o partido a correr para os braços do atual vice Délio Malheiros (PSD). Com isso, o prefeito do Recife tornou-se novamente “a” prioridade do PSB, em capitais, porque de sua reeleição dependerá, e muito, o sucesso do partido em 2018.

7 de ago. de 2016

Saramago: “Pudesse eu, fecharia todos os zoológicos do mundo”




“Pudesse eu, fecharia todos os zoológicos do mundo. Pudesse eu, proibiria a utilização de animais nos espetáculos de circo. Não devo ser o único a pensar assim, mas arrisco o protesto, a indignação, a ira da maioria a quem encanta ver animais atrás das grades ou em espaços onde mal podem mover-se como lhes pede a natureza”, escreveu o controverso escritor português José Saramago em seu blog no dia 20 de fevereiro de 2009.

Um dos maiores autores de língua portuguesa contemporânea, Saramago é mais conhecido por obras como “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, de 1991, e “Ensaio Sobre a Cegueira”, de 1995, embora para conhecê-lo melhor seja importante ler “As Intermitências da Morte”, “História do Cerco de Lisboa”, “Memorial do Convento” e “Levantado do Chão”, livros lançados entre os anos de 1980 e 2005.
A dúvida, o sobrenatural, a viagem interiorizada e exteriorizada e o experimentalismo linguístico são características que reforçam a identidade de Saramago como autor preocupado tanto com o conteúdo quanto com a forma. No entanto, o que mais me chamou a atenção nos seus últimos anos de vida foi a sua frequente preocupação em abordar de forma implícita e explícita os direitos dos animais.
José Saramago, o escritor que brincava com a pontuação e pouco se abstinha em suas críticas, registrou em “Suzi”, publicado em 2009 no livro “O Caderno”, que os circos conseguem a proeza de tornar ridículos os patéticos cães vestidos de saias, as focas a bater palmas com as barbatanas, os cavalos empenachados, os macacos de bicicleta, os leões saltando arcos, as mulas treinadas para perseguir figurantes vestidos de preto, os elefantes mal equilibrados em esferas de metal móveis:
“Que é divertido, as crianças adoram, dizem os pais, os quais, para completa educação dos seus rebentos, deveriam levá-los também às sessões de treino (ou de tortura?) suportadas até a agonia pelos pobres animais, vítimas inermes da crueldade humana.”
Segundo o escritor português, por muito tempo, e pela desinformação, as pessoas tiveram motivos para crer que as visitas ao zoológico poderiam ser instrutivas, mas não mais, já que há tanta informação disponível através de documentários que revelam a realidade sobre o sofrimento animal. “Se é educação que se pretende, ela está aí à espera”, sugeriu.
Saramago jamais esqueceu de uma elefanta solitária que vivia em um zoológico de Barcelona. Acometida por infecções intestinais, ela sofria pela perda de uma companheira com quem dividia um espaço reduzido, insuficiente para movimentarem-se adequadamente. “O chão que ela pisa é de cimento, o pior para as sensíveis partes destes animais que talvez ainda tenham na memória a macieza do solo das savanas africanas. Cuidar de Suzi, dar lhe um fim de vida mais digno. A quem devo apelar? À direção do zoológico? À Câmara? À Generalitat?”, desabafou o escritor.
Em “Penas Chinesas”, que integra o livro “O Caderno”, Saramago confidencia sua surpresa e choque ao saber como os animais são tratados pela indústria alimentícia. “Um dia vi num documentário como alimentam os frangos, como os matam e destroçam, e pouco me faltou para vomitar”, registrou.
Também se sentiu muito mal ao ler um artigo a respeito da utilidade dos coelhos nas fábricas de cosméticos. Soube que as provas sobre a irritação causadas pelos ingredientes dos xampus são feitas por aplicação direta nos olhos dos animais. ”Agora, uma curta notícia aparecida nos jornais, informa-me de que, na China, as penas de aves destinadas a recheio de almofadas de dormir são arrancadas assim mesmo, ao vivo, depois limpas, desinfetadas e exportadas para delícia das sociedades civilizadas que sabem o que é bom e está na moda”, lamentou.
Vencedor do Prêmio Camões em 1995 e do Prêmio Nobel de Literatura em 1998, o primeiro concedido a um autor de língua portuguesa, José Saramago publicou em 2008 o livro “A Viagem do Elefante”, qualificado como romance, mas considerado conto pelo autor. A obra é inspirada no episódio em que o rei de Portugal e Algarves, Dom João III, resolveu presentear com um elefante o arquiduque austríaco Maximiliano II, genro do imperador Carlos Quinto.
Com uma estilística inovadora e linear, Saramago apresenta a história de solimão (com s minúsculo mesmo), um elefante que se torna alvo da corrupção, individualismo, egocentrismo e outras falhas que permeiam a natureza humana. E essas deficiências mostram como o animal é vitimado pela superioridade que os personagens da história julgam possuir sobre o elefante de quatro toneladas.
“Que leves o elefante à porta da basílica e o faças ajoelhar-se ali, Não sei se serei capaz, Tenta-o, Imagine vossa paternidade que eu levo lá o elefante e ele se recusa a ajoelhar-se, embora eu não entenda muito destes assuntos, suponho que pior que não haver milagre é encontrar-se com o milagre falhado, Nunca terá sido falhado se dele ficarem testemunhas”, sugere o padre em diálogo com o tratador na página 79 de “A Viagem do Elefante”.
O sacerdote propõe usarem o animal para forjar um milagre e angariar recursos para o caixa da igreja. E a suposta graça é apenas a primeira etapa de um plano para fazer do elefante o mais valioso dos bens em mãos humanas. “Não é todos os dias que um elefante se ajoelha à porta de uma basílica, dando assim testemunho de que a mensagem evangélica se dirige a todo o reino animal e que o lamentável afogamento daquelas centenas de porcos no mar da galileia foi apenas resultado da falta de experiência, quando ainda não estavam bem lubrificadas as rodas dentadas dos mecanismos de milagres”, ironiza Saramago.
Logo são formados acampamentos em torno do elefante e a exploração do animal ganha outros rumos a partir do momento que seu pelo é extraído para ser vendido aos crédulos. “Amanhã se dirá que uma infusão de pelo de elefante, três vezes ao dia, é o mais soberano dos remédios. Fritz não tem mãos a medir, no bolsinho que traz atado ao cinto as moedinhas já pesam, se o acampamento permanecesse aqui uma semana acabaria rico”, satiriza.
Solimão, tornado salomão, e que chegou a salvar uma criança quando chegou ao seu destino, faleceu no inverno de 1553, depois de amargar uma vida de servidão humana. “Além de o terem esfolado, a salomão cortaram-lhe as patas dianteiras para que, após as necessárias operações de limpeza e curtimento, servissem de recipientes, à entrada do palácio, para depositar as bengalas, os bastões, os guarda-chuvas e as sombrinhas de verão. Como se vê, a salomão não lhe serviu de nada ter-se ajoelhado”, concluí José Saramago. Assim é justo dizer que além de ser uma metáfora da vida humana, “A Viagem do Elefante” é um retrato da abusiva relação dos seres humanos com os animais e também da obtusa forma como o homem enxerga o seu papel no mundo.
Saiba Mais
Nascido em 16 de novembro de 1922 em Azinhaga, Portugal, José Saramago faleceu em 18 de junho de 2010, em Tías, Espanha.
O livro “O Caderno” reúne textos escritos por Saramago entre setembro de 2008 e março de 2009.
Referências
Saramago, José. O Caderno. Companhia das Letras (2009).
Saramago, José. A Viagem do Elefante. Companhia das Letras (2008).

6 de ago. de 2016

PSB e PTB batalha sangrenta nas cinco maiores cidades



Por Inaldo Sampaio

O PSB e o PTB vão travar uma batalha fratricida nos cinco maiores colégios eleitorais do Estado. É luta de vida ou morte porque 2016 será uma prévia de 2018, quando o governador Paulo Câmara e o senador Armando Monteiro Neto deverão se enfrentar pela segunda vez. 

A disputa mais renhida será no Recife, onde o prefeito Geraldo Júlio (PSB) vai se confrontar com o ex-prefeito João Paulo (PT). Segue-se a batalha de Jaboatão, onde o vice-prefeito Heraldo Selva (PSB) medirá forças com o deputado Anderson Ferreira (PR), apoiado pelo PTB. Em Olinda, o candidato do governo é Antonio Campos (PSB) e o do senador, Teresa Leitão (PT). 

E, em Caruaru o PSB marcha com o vice-prefeito Jorge Gomes e o PTB com Raquel Lyra (PSDB). Em Petrolina, os socialistas apóiam Miguel Coelho e os petebistas Adalberto Cavalcanti. Essas são, em tese, as cinco eleições mais importantes do Estado porque serão definidoras de 2018.