3 de mai. de 2015

Mulheres que mudaram a história de Pernambuco







O livro Mulheres Que Mudaram a História de Pernambuco é um projeto  surgido  em 2004 com a intenção de homenagear as mulheres. Na  próxima terça-feira (05), às 17h, no Auditório do Centro de Formação de  Educadores Professor Paulo Freire, será lançada sua 11ª edição.





Durante vários anos o livro vem homenageando mulheres de nosso Pernambuco, com atuações em vários segmentos. 

O evento conta com a organização da Casa da Imprensa e o Jornal Voz do Planalto, nas pessoas da produtora cultural Silene Floro e do jornalista Ramos Silva.



Ariadne Morais


Paulista: Cobrança via outdoor





Diante do descaso do governo para com os trabalhadores, o Sindicato dos Servidores Municipais do Paulista (SINSEMPA) aproveita o Dia do Trabalhador e apela através de outdoors espalhados pela cidade, para o bom senso do gestor.





O sindicato reivindica condições  dignas de trabalho para os servidores, pois as várias categorias queixam-se que não têm sequer o material de expediente básico ( papel e caneta) para exercerem suas funções. Os garis reclamam que estão usando a farda que foi entregue  ainda pela gestão anterior e as mesmas já estão bastante surradas.

Uma das principais reivindicações do sindicato, é um percentual de reajuste salarial satisfatório, pois o que a gestão oferece (1,7%) é indigno. O Sinsempa diz que não vai desistir dos servidores.

Ariadne Morais

2 de mai. de 2015

O cerco golpista do PT a um governo


                                   A senadora e ex-ministra petista Gleisi Hoffmann discursa em favor da greve 



                                         …depois caminha entre os manifestantes. Sobre o petrolão, ela não falou nada!

Por Reinaldo Azevedo

A greve de professores do Paraná é política. Está sendo insuflada pelo PT, e não é preciso fazer um grande esforço para chegar a essa conclusão. A senadora e ex-ministra Gleisi Hoffmann, aquela que está enrolada com o petrolão, subiu num caminhão para discursar em favor do movimento. É espantoso que isso aconteça e que, na imprensa, seja o governador Beto Richa (PSDB) a levar bordoadas.

“Ah, mas e a violência policial?” Olhem aqui: há vídeos em penca demonstrando as práticas a que recorreram alguns manifestantes. Eu os publiquei em outros posts. A Polícia Militar foi posta diante de duas alternativas: ou deixava a Assembleia Legislativa ser invadida e depredada, contrariando determinação judicial, ou reprimia os baderneiros. A verdade é que os petistas estão querendo usar o caso do Paraná para se reerguer. Não por acaso, a presidente Dilma Rousseff fez uma alusão às cenas de violência. Censurou, de maneira velada, a polícia e afagou os trogloditas.
A causa que mobiliza os professores, para começo de conversa, é falsa. Até porque o salário que o Paraná paga aos docentes está entre os mais altos do país. Já chego lá.
Gleisi é só o nome mais graúdo do PT que está diretamente envolvida com a causa. Não é a única. Uma das líderes da manifestação violenta de quarta-feira é a ex-presidente do Sindicato dos Professores do Paraná (APP Sindicato) Marlei Fernandes de Carvalho. No ano passado, ela disputou uma vaga de deputada federal pelo partido. Obteve 29.855 votos. Não se elegeu. O outro que liderava a corrente da insensatez é Hermes Silva Leão, também petista, atual presidente da entidade. Ele tenta forçar até a semelhança física com Lula e, bem…, carrega na língua presa para tentar ficar ainda mais parecido. Um fenômeno!


Tem mais. Marlei e Hermes atuam em  estreita colaboração com o deputado estadual, também do PT, Professor Lemos, que tem origem no… sindicato! É conhecido nos círculos políticos do Paraná como “Professor Aloprado” em razão do seu, digamos assim, “estilo”…  Colaborou ativamente na invasão da Assembleia em fevereiro e na frustrada tentativa da última quarta, dia 29.
Irresponsabilidade
Notas taquigráficas dão conta da irresponsabilidade deste senhor e de outro companheiro de partido, chamado Tadeu Veneri. Ambos tentam impedir o andamento da sessão que acabou aprovando mudanças na Previdência dos servidores acusando a suposta morte de dois professores durante a baderna. Bem, as mortes simplesmente não tinham acontecido. Leiam a transcrição:
TADEU VENERI: Pela ordem, deputado. Desculpe. senhor presidente! Só para comunicar a essa Casa, nós vamos confirmar, além das pessoas que foram detidas aqui, professora ligou acabando de informar que tem dois professores que faleceram.
PROFESSOR LEMOS: Então, eu disse que iam matar professores, mataram. Isso é lamentável.


                               Tadeu Veneri, o que anunciou as mortes que não houve… Muito ético e transparente!

                                   Lemos, o “Professor Aloprado”, colaborando com a ilegalidade escancarada

O nome disso é terrorismo legislativo. A dupla teve a companhia de outro irresponsável, o deputado Nereu Moura (PMDB), um fanático seguidor de Roberto Requião e de Dilma:
NEREU MOURA: Deputado Tadeu, prefiro que continue a sessão e que haja derramamento de sangue, para que o governo pague o pato por isso. Querem aprovar, aprovem. E que haja sangue, sim…


                        Nereu Moura: por ele, tudo bem derramar sangue, desde que se possa culpar o governador

Os números

Uma parte dos professores está em greve por causa do tal plano, que não acarretará prejuízo nenhum a ninguém. A Justiça declarou a greve ilegal porque não lhe reconheceu nem objeto nem objetivo.
De 2011 até agora, os professores do Paraná tiveram um reajuste de 60% nos salários, para uma inflação acumulada de… 25%. A remuneração média de um professor no Estado é de R$ 4,7 mil (R$ 4 mil de salário e R$ 721,48 de auxílio-transporte).
O Paraná tem um dos maiores salários iniciais (40 horas) do país para a carreira: R$ 3.194,71. Em 2010, era de 2.001,78 — uma elevação, pois, de 59,59%. Para comparar: na Bahia, que está na terceira gestão petista, é de R$ 2.441.05; no Rio Grande do Sul, depois de quatro anos de petismo, está em R$ 1.260,20. O piso nacional é de R$ 1.917,68, e a média fica em R$ 2.363,38.
Ah, sim: dessas 40 horas, 14 são reservadas à chamada hora-atividade — 35% do total. Em 2010, eram 8 — aumento de 75%. O governo elevou ainda em 61% o chamado “fundo rotativo”, para a manutenção das escolas, e contratou, desde 2011, 23.653 novos profissionais.
São dados oficiais? São, sim! Mas são também dados reais, como sabem os professores. A greve do Paraná não é apenas ilegal, como já decidiu a Justiça. Ela também é imotivada e imoral. E obedece a uma óbvia condução política.
A imprensa do Paraná e do Brasil, com raras exceções, quer incensar baderneiros? Que o faça, em prejuízo da população. Aqui, eles não encontram abrigo.

NÃO EXISTE UMA CAUSA TRABALHISTA NO PARANÁ. EXISTE É UMA CAUSA POLÍTICA. OS PETISTAS QUEREM USAR O CONFRONTO PARA TENTAR SE REERGUER DE UMA CRISE SEM RETORNO.
Ah, sim: tentar se impor na base da invasão, da porrada, do quebra-quebra, do confronto, em nome de um causa ou de um partido… Sim, isto, sim, é golpe!

1 de mai. de 2015

Elite deve acender vela e agradecer meu trabalho e de Dilma no governo, diz Lula



Por Ana Flávia Oliveira

Ex-presidente ressaltou não ser candidato a nada, mas se mostrou "pronto para briga" e disse que não vai "baixar a crista e o rabo" para elite e para imprensa.

Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (1º), durante o ato da CUT (Central Única dos Trabalhadores), no Vale do Anhangabaú, região central de São Paulo, que a elite brasileira deveria acende uma vela para agradecer sua passagem pelo governo.  
“Eu sou um cidadão quase que aposentado. Mas o que me deixa inquieto é o medo que a elite brasileira tem de que eu volte à Presidência da República. É um medo inexplicável, porque nunca eles (empresários, banqueiros e trabalhadores) ganharam tanto dinheiro na vida como ganharam no meu governo. Eles deveriam todo dia agradecer e acender uma vela para minha passagem e a da Dilma pelo governo", disse Lula. 
Segundo ele, nos 12 anos de governo do PT (Partido dos Trabalhadores), o salário mínimo se manteve valorizado.

Entenda qual será o futuro do PT




Do Último Segundo

Nascido no bojo do movimento sindicalista na virada entre as décadas de 1970 e 1980, o PT, Partido dos Trabalhadores, e seu governo sentem hoje a perda de apoio entre sua própria base.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT), junto com mais 25 movimentos sociais, realiza nesta sexta-feira, Dia do Trabalho, um ato em São Paulo "em defesa dos direitos da classe trabalhadora, da democracia, da Petrobras e da reforma política".

A carta de convocação não defende ou menciona diretamente o PT ─ partido que sempre foi muito próximo à CUT ─ e tampouco o governo da presidente Dilma Rousseff.
O documento critica o ajuste fiscal proposto pela administração petista ─ como as medidas que buscam restringir o acesso ao seguro-desemprego ─ e refere-se brevemente aos pedidos de impeachment contra a presidente, ao afirmar que "nossa luta é pela manutenção do estado democrático de direito, contra a onda golpista em curso".
Em meio ao momento político delicado, a BBC Brasil ouviu pessoas historicamente ligadas ao PT sobre o futuro do partido. Entre os entrevistados, predomina a certeza de que a legenda precisa recompor ligações mais estreitas com os movimentos sociais para se fortalecer até as disputas presidenciais de 2018, quando, especula-se, sua estrela maior ─ o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ─ poderá ser novamente candidato.
"Se o ajuste fiscal de Dilma penalizar apenas os mais pobres, o PT dificilmente deixará de sofrer significativa derrota nas eleições municipais de 2016", afirma Frei Betto, que nunca foi filiado ao PT, mas participou da construção do partido e coordenou o programa 'Fome Zero' no início do primeiro governo Lula, seu amigo pessoal.
"O caminho para superar a crise é o PT assegurar a governabilidade por seus vínculos com os movimentos sociais, ainda que isso desagrade o mercado e divida sua base aliada no Congresso. Fora dos movimentos sociais o PT não tem futuro", diz.
Lideranças do partido como Lula, Tarso Genro e Marco Aurélio Garcia discutem hoje a possibilidade de lançar a candidatura à Presidência em 2018 não em nome do partido, mas de uma frente ampla inspirada no modelo uruguaio, que reunisse sindicatos, associações, outras siglas, ONGs e movimentos sociais. Não está claro ainda como isso poderia ser viabilizado, já que pelas regras atuais o candidato tem que ser registrado por uma legenda.
Para o autor do livro A história do PT, o professor da USP Lincoln Secco, essa estratégia "seria uma passo atrás, uma resposta desesperada à crise".
"O PT se afirmou historicamente como um partido hegemônico no campo da esquerda. Se ele propuser essa frente ampla, vai assumir que não é mais esse partido e precisa se esconder. Ele entraria numa linha meio defensiva", analisa.
Secco considera que a maioria das lideranças de centrais sindicais e movimentos sociais, como CUT, MST e Central de Movimentos Populares, continua fiel ao PT. No entanto, precisam manter uma distância segura do governo neste momento para não perderem eles mesmos apoio de suas bases.
"O governo está promovendo um ajuste fiscal contrário aos trabalhadores, passa por uma crise de legitimidade. Ninguém ganha muito ao ficar do seu lado".
O historiador acredita que isso pode mudar caso a economia volte a crescer. E, se por um lado a proposta de ajuste fiscal do governo enraiveceu parte importante da base eleitoral petista, por outro, o debate em torno da regulamentação do trabalho terceirizado apareceu como um oportunidade de reaproximação, nota ele.
"O movimento sindical sabe que a oposição de direita seria muito pior para ele. A votação da terceirização é o retrato disso: de um lado ficou o PT com 100% de votos contrários, de outro lado ficaram os partidos de direita. Isso melhora a relação do PT com a CUT, por exemplo".
Na quinta-feira, a presidente fez críticas à ampliação da possibilidade de terceirização para qualquer atividade das empresas, depois de receber os presidentes das centrais sindicais no Palácio do Planalto. Atualmente, apenas atividades secundárias, como limpeza e segurança, podem ser terceirizadas.
Lula já afirmou que Dilma vetará a ampliação da terceirização caso ela seja aprovada no Congresso, mas a própria presidente não se comprometeu com isso.

Justiça Federal determina prorrogação de inscrição no Fies



Da Folhapress

No pedido de prorrogação, a Defensoria Pública da União alega que a educação de milhares de estudantes não pode ser prejudicada por falhas no sistema

 
A Justiça Federal de Mato Grosso determinou na quinta-feira (30) à noite que a União prorrogue o prazo para quem quer ingressar pela primeira vez no Fies (Financiamento Estudantil).
As inscrições deveriam ter sido encerradas à meia-noite de quinta-feira, mas liminar concedida pelo juiz Raphael Cazelli de Almeida Carvalho prorroga o prazo por tempo indeterminado.
O juiz atendeu pedido da Defensoria Pública da União. A decisão vale para todo país. No pedido de prorrogação, a Defensoria Pública da União alega que a educação de milhares de estudantes não pode ser prejudicada por falhas no sistema do Fies.
De acordo com a Defensoria, as falhas violam os direitos coletivos dos estudantes de baixa renda pré-matriculados em cursos superiores particulares.
"A União deve garantir que essas novas contratações sejam realizadas", disse a defensora pública Luciana Tiemi Koga em entrevista ao programa Hora Um, da TV Globo.
No final do ano passado, o Ministério da Educação adotou mudanças no programa federal, como a exigência de desempenho mínimo no Enem e rigor maior sobre a qualidade dos cursos financiados.
Depois disso, estudantes passaram a relatar problemas para acessar o sistema e alguns até ameaçaram desistir dos cursos.

Lula é investigado por tráfico de influência




Da Revista Época

Quando entregou a faixa presidencial a sua pupila, Dilma Rousseff, em janeiro de 2011, o petista Luiz Inácio Lula da Silva deixou o Palácio do Planalto, mas não o poder. Saiu de Brasília com um capital político imenso, incomparável na história recente do Brasil. 

Manteve-se influente no PT, no governo e junto aos líderes da América Latina e da África – líderes, muitos deles tiranetes, que conhecera e seduzira em seus oito anos como presidente, a fim de, sobretudo, mover a caneta de seus respectivos governos em favor das empresas brasileiras. Mais especificamente, em favor das grandes empreiteiras do país, contratadas por esses mesmos governos estrangeiros para tocar obras bilionárias com dinheiro, na verdade, do Banco Nacional de Desenvolvimento, o BNDES, presidido até hoje pelo executivo Luciano Coutinhoapadrinhado de Lula

Como outros ex-presidentes, Lula abriu um instituto com seu nome. Passou a fazer por fora (como ex-presidente) o que fazia por dentro (como presidente). Decidiu continuar usando sua preciosa influência. Usou o prestígio político para, em cada negócio, mobilizar líderes de dois países em favor do cliente, beneficiado em seguida com contratos governamentais lucrativos. Lula deu início a seu terceiro mandato. Tornou-se o lobista em chefe do Brasil. 



Nos últimos quatro anos, Lula viajou constantemente para cuidar de seus negócios. Os destinos foram basicamente os mesmos – de Cuba a Gana, passando por Angola e República Dominicana. A maioria das andanças de Lula foi bancada pela construtora Odebrecht, a campeã, de longe, de negócios bilionários com governos latino-americanos e africanos embalada por financiamentos do BNDES. No total, o banco financiou ao menos US$ 4,1 bilhões em projetos da Odebrecht em países como Gana, República Dominicana, Venezuela e Cuba durante os governos de Lula e Dilma. Segundo documentos obtidos por ÉPOCA, o BNDES fechou o financiamento de ao menos US$ 1,6 bilhão com destino final à Odebrecht após Lula, já como ex-presidente, se encontrar com os presidentes de Gana e da República Dominicana – sempre bancado pela empreiteira. Há obras como modernização de aeroporto e portos, rodovias e aquedutos, todas tocadas com os empréstimos de baixo custo do BNDES em países alinhados com Lula e o PT. A Odebrecht foi a construtora que mais se beneficiou com o dinheiro barato do banco estatal. Só no ano passado, segundo estudo do Senado, a empresa recebeu US$ 848 milhões em operações de crédito para tocar empreendimentos no exterior – 42% do total financiado pelo BNDES. Há anos o banco presidido por Luciano Coutinho resiste a revelar os exatos termos desses financiamentos com dinheiro público, apesar de exigências do Ministério Público, do Tribunal de Contas da União e do Congresso. São o segredo mais bem guardado da era petista.
Moralmente, as atividades de Lula como ex-presidente são, no mínimo, questionáveis. Mas há, à luz das leis brasileiras, indícios de crime? Segundo o Ministério Público Federal, sim. ÉPOCA obteve, com exclusividade, documentos que revelam: o núcleo de Combate à Corrupção da Procuradoria da República em Brasília abriu, há uma semana, investigação contra Lula por tráfico de influência internacional e no Brasil. O ex-presidente é formalmente suspeito de usar sua influência para facilitar negócios da Odebrecht com representantes de governos estrangeiros onde a empresa toca obras com dinheiro do BNDES. Eis o resumo do processo: “TRÁFICO DE INFLUÊNCIA. LULA. BNDES. Supostas vantagens econômicas obtidas, direta ou indiretamente, da empreiteira Odebrecht pelo ex-presidente da República Luis Inácio Lula da Silva, entre os anos de 2011 a 2014, com pretexto de influir em atos praticados por agentes públicos estrangeiros, notadamente os governos da República Dominicana e Cuba, este último contendo obras custeadas, direta ou indiretamente, pelo BNDES”.

Os procuradores enquadram a relação de Lula com a Odebrecht, o BNDES  e os chefes de Estado, a princípio, em dois artigos do Código Penal. O primeiro, 337-C, diz que é crime “solicitar, exigir ou obter, para si ou para outrem, vantagem ou promessa de vantagem, a pretexto de influir em ato praticado por funcionário público estrangeiro no exercício de suas funções, relacionado a transação comercial internacional”. O nome do crime: tráfico de influência em transação comercial internacional. O segundo crime, afirmam os procuradores, refere-se à suspeita de tráfico de influência junto ao BNDES. “Considerando que as mencionadas obras são custeadas, em parte, direta ou indiretamente, por recursos do BNDES, caso se comprove que o ex-presidente da República Luís Inácio Lula da Silva também buscou interferir em atos práticos pelo presidente do mencionado banco (Luciano Coutinho), poder-se-á, em tese, configurar o tipo penal do artigo 332 do Código Penal (tráfico de influência)”, diz o documento.

A investigação do MPF pode envolver pedidos de documentos aos órgãos e governos envolvidos, assim como medidas de quebras de sigilos. Nas últimas semanas, ÉPOCA obteve documentos oficiais, no Brasil e no exterior, e entrevistou burocratas estrangeiros para mapear a relação entre as viagens internacionais do ex-presidente e de integrantes do Instituto Lula com o fluxo de caixa do BNDES em favor de obras da Odebrecht nos países visitados. A papelada e os depoimentos revelam contratos de obras suspeitas de superfaturamento bancadas pelo banco estatal brasileiro, pressões de embaixadores brasileiros para que o BNDES liberasse empréstimos – e, finalmente, uma sincronia entre as peregrinações de Lula e a formalização de liberações de empréstimos bilionários do banco estatal em favor do conglomerado baiano.

A Odebrecht tem receita anual de cerca R$ 100 bilhões. É uma das principais empreiteiras investigadas pela Operação Lava Jato, que desmontou um esquema de pagamento de propinas na Petrobras. Segundo delatores, a construtora tinha um método sofisticado de pagamento de propinas, incluindo remessas ao exterior trianguladas com empresas sediadas no Panamá. A empreiteira, que foi citada pelo doleiro Alberto Youssef e por ex-funcionários do alto escalão da Petrobras, nega as acusações.